Bactérias que causam meningite voltam a se disseminar nos EUA, que registra pior ano em quase década

Em 2022, foram 422 casos de doença meningocócica invasiva no país, número mais alto desde 2014
Por Roni Caryn Rabin em The New York Time


Autoridades federais dos Estados Unidos estão alertando os prestadores de serviços de saúde para que fiquem atentos à doença meningocócica invasiva, uma doença rara, mas potencialmente letal, cuja prevalência aumentou nos últimos anos no país e que requer tratamento imediato com antibióticos para evitar incapacidade de longo prazo ou morte.

A doença é causada pela infecção por uma bactéria chamada Neisseria meningitidis. No ano passado, foram registrados 422 casos nos EUA, o número mais alto desde 2014, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).

E a tendência de alta continua: até a última segunda-feira, 143 casos foram registrados pelo órgão este ano, 62 a mais do que identificado no mesmo período do ano passado.

A doença chama a atenção por ser extremamente perigosa. Mesmo com tratamento adequado, 10% a 15% dos pacientes que desenvolvem a doença meningocócica morrem.

Muitos casos recentes foram causados por uma cepa incomum de N. meningitidis chamada ST1466. A linhagem provocou 17 mortes entre 94 pacientes cujos resultados são conhecidos, uma taxa de mortalidade de 18%. Além disso, os sobreviventes podem ficar com incapacidade de longo prazo, surdez, amputações ou danos cerebrais.

O que está causando os surtos?

A maioria das pessoas afetadas nos surtos recentes era formada por negros e adultos de 30 a 60 anos.

Outras pessoas suscetíveis à infecção incluem as que vivem com HIV, que representam 15% dos pacientes; indivíduos que tiveram seus baços removidos; pessoas com doença falciforme; e pacientes com determinadas condições imunológicas raras.

Uma vacina contra meningite, que protege contra quatro dos seis tipos de N. meningitidis - inclusive o grupo Y, que inclui o ST-1466 -, é recomendada para adolescentes e pessoas com problemas de saúde como o HIV. A maioria dos adultos mais velhos não recebeu a vacina.

No entanto, no estado americano da Virgínia, que teve 35 casos de doença meningocócica e seis mortes desde o verão de 2022, as autoridades de saúde pública não encontraram um vínculo epidemiológico que explique o surto, diz Laurie Forlano, epidemiologista do estado.

— Sempre tentamos encontrar aquele bilhete dourado de fatores de risco comuns. Eles estavam todos juntos em uma festa ou em um evento familiar? Estavam todos em um determinado estabelecimento? Há redes sociais que eles compartilham? Esse simplesmente não é o caso aqui — diz.

A doença não é transmitida por contato casual, mas por atividades que envolvem exposição à saliva ou secreções respiratórias ou da garganta - beijos, por exemplo, ou compartilhamento de alimentos e bebidas ou cigarros.

Um relógio correndo: tratamento deve ser feito rapidamente

A infecção com a bactéria pode causar meningite, uma inflamação das membranas que revestem o cérebro e a medula espinhal. Os sintomas típicos incluem febre, dores de cabeça, rigidez no pescoço, vômitos, sensibilidade à luz e estado mental alterado.

O microrganismo também pode invadir a corrente sanguínea, uma complicação chamada sepse, que parece ser a consequência mais comum nos casos atuais do sorogrupo Y. Os sintomas incluem febre e calafrios, fadiga, vômitos, mãos e pés frios, dores fortes, diarreia, respiração rápida e, em estágios mais avançados, uma erupção cutânea roxa escura.

As queixas podem se intensificar rapidamente e se tornar uma ameaça à vida em questão de horas. Os antibióticos devem ser administrados imediatamente.
— Com a doença meningocócica, as pessoas pensam em meningite, que é uma condição muito assustadora. Mas o que estamos tentando dizer à comunidade clínica é que esses casos estão se apresentando de forma diferente do que estamos acostumados a ver.
Portanto, pensem sobre isso — alerta Forlano.

Fonte:
https://oglobo.globo.com/saude/noticia/2024/04/01/bacterias-que-causam-meningite-voltam-a-se-disseminar-nos-eua-que-registra-pior-ano-em-quase-uma-decada.ghtml


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